O palestrante é aquele que tem o poder da oratória, aquele que comunica. Mas não para por aí não.

É importante ressaltar que ser palestrante é muito mais do que ser um grande orador. É preciso ter técnica, estudo e conhecimento. É preciso saber onde está atuando e com quem está lidando.

Ricardo Ventura, do canal Ser Palestrante, afirma que um palestrante é alguém que desperta emoções, que motiva, que empurra para frente, que apresenta opções de caminhos e oferece soluções. Ser palestrante é resolver problemas e ajudar pessoas a fazerem o mesmo.

Em outras palavras, um palestrante vai além da simples oratória. É um indivíduo que se comunica e faz uso disso não só sobre um palco, mas em diversos contextos, como reuniões, conversas e vendas. Ele sabe usar suas ferramentas além de sua plateia. Ou como Ricardo gosta de dizer, não basta ser palestrante, é preciso ser um Extreme Speaker.

O palestrante é alguém com muita força de vontade, técnica e vontade de ir além. Não simplesmente um dom. Ninguém nasce com a qualidade de palestrante de sucesso, isso vem com muito trabalho e experiência.

Em alguns casos, a palestra é a consequência natural de uma carreira bem-sucedida. Pense no Bernardinho, comandante da seleção brasileira de vôlei. Ele é pago para falar de seu método de trabalho vitorioso. Ou Vilfredo Schürmann, que reflete sobre suas experiências de velejar com a família pelo mundo. Ou Luiza Helena Trajano, que fala sobre a filosofia que implantou em sua empresa, o Magazine Luiza. Ou Steve Jobs, cujas palestras foram desenvolvidas para encantar os clientes e elevar as vendas da Apple (cerca de um terço dos clientes do seminário de Shinyashiki era de empresários ou executivos querendo melhorar suas apresentações em público).

Esta é uma das armadilhas da carreira de palestrante: como se dar bem numa profissão em que é preciso ter sucesso para fazer sucesso?

Daí surge a necessidade dos candidatos a palestrante escreverem um livro, criarem um site, se tornarem referência de conteúdo para serem reconhecidos por seus pares.

Em seus cursos, Oneda sugere que os alunos escrevam artigos e um livro. É uma medida para o palestrante organizar as ideias. Também é uma forma de comprovar que tem algo novo e relevante a dizer. Em uma reunião com um possível cliente, o livro ganha a função de cartão de visitas.

Outro caminho é começar com palestras mais modestas. É aí que está, aliás, a maior fatia do mercado. Segundo o estudo da ABTD, o maior espaço nas empresas está reservado para orçamentos pequenos. Só 14% remuneram acima de R$ 8 mil. Do outro lado do espectro financeiro, 15% das empresas pagam no máximo R$ 1 mil por apresentação.